terça-feira, 31 de março de 2009

A ARVORE...

Tenho 23 anos e moro em uma avenida.
Nesta avenida existe uma arvore frondosa, verde, viva, uma acácia charmosa e que sempore encantou todos, por ser a mais alta, a maior e a mais bela arvore de toda a minha avenida.
Ela tem a minha idade e em termos a minha história.


Muita gente a invejava por ela ficar exatamente na frente de casa e eu a amava.
Desde meus primeiros anos eu subia na mureta do medidor de casa e ficava sentado sobre o murto da rua, vendo o movimento e admirando a bela arvore.


Ela era uma testemunha oculta da minha vida. Foi ali que fiquei, junto a ela em momentos de reflexão, nas minhas criancices, nas brincadeiras de menino que não podia ter muitas coisas mas, das singelas da minha vida ali perto ela estava. O grande charme de casa sempre foi ela, até porque eu amo arvores mas a minha acacia - ja que se intitulava seu dono - era a minha "querida" era ela que substituiu o carinho que não tive por muito tempo dos bichos de infancia.


Minha vida inteira transcorreu sob sua vista e vários foram os momentos em que me debruçava no muro de casa sob a sombra de suas folhas e ficava ali a pensar como se ela pudesse ser uma conselheira e me desse calma para pensar.
Eu a amei.


Sábado um veiculo se chocou fortemente contra ela - no quinto acidente em 3 anos - e dessa vez ela foi gravemente ferida, ontem a noite ao voltar da rua, eu a olhei.. como alguém que sente uma saudade postuma de um ente seu e temi que fosse a ultima vez que a veria. O acidente a deixou praticamente partida em duas. Certamente seria sacrificada, atestavam vizinhos. E eu como alguém que diz que um parente seu não sobreviveria, lamentava e torcia para que tudo desse certo.


Hoje cheguei da faculdade no horário de costume. De longe podia avistar que os galhos depositados na via eram muitos superiores a onteme ao chegar atestei sua falta entre as demais.


Minha princesa era apenas um monte de pedaços de tronco cortados enfileirados na via.Foi triste, é como se me levassem alguém, ela era a minha testemunha e minha conselheira oculta.
Sinto dor, porque era uma coisa de criança. Desde bambino eu a amava.


Me debrucei sobre ela, toquei-a como se quisesse abraçá-la solenemente uma ultima vez. Recolhi um pequenino pedaço do tronco e levei para casa, mas ao recolhê-lo pensei: não é a parte mais bela.


Voltei a rua, e achei um galho com a maioria das folhas murchas, mas uma parte permenecia bela. Dela eu tirei um trecho e trouxe para casa:"Se for de recordá-la lembrarei de quão bela foi em meus dias."E assim mantenho esse pedaço dela, um lindo galhinho que representa para mim o fim de um período simbolicamente. É estranho, mas ela era a minha maior ligação que eu ainda tinha com minha infância, a minha maior e mais bela ligação de minha triste infância.
Talvez seja um inicio de uma nova fase, dessa vez sem a minha grande amiga.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Experiências Amorosas: O soropositivo

O soropositivo
Conheci ele no lugar mais inusitado onde alguém pode conhecer alguém afim de algo a mais: o autorama do Ibirapuera. (local de frequencia gay de São Paulo)

Naquela noite, eu e meus amigos não tinhamos muito o que fazer, resolvemos ir até o autorama passar o tempo. Paramos o carro, ficamos ali num canto observando o movimento, os caras que se encontravam e ir dar uns amassos dentro dos veiculos e os garotos de programa que se exibiam para os automóveis que passavam.

Rolava musica alta e bebida. Era quase uma balada a céu aberto. Rimos, curtimos e lá pelo fim da noite já meio alterados eu e mais 2 amigos começamos a imitar garotos de programa na lateral da pista. Realmente uma situiação comica. Após alguns minutos ali um carro para junto ao meu amigo:
- Ei, aquele ali de moicano.

Esse era eu. Me aproximei do carro e um rapaz simpático me chama pra conversa. Após alguns minutos de papo legal eu cedo meu numeropra ele. Ficou acertado que ele me ligaria.Sai dali sem esperar por nada, afinal onde estávamos!Porém no dia seguinte, ele me liga e marca um encontro - e não, não era em um motel.

Me buscou na empresa e me levou a um bar onde bebemos e ele me contou sua vida, sua familia e sues planos. A conversa demosntrou um ser totalmente diferente daquele que foi encontrado ali, naquele lugar. Realmente foi uma bela surpresa. Fomos ao shopping, enfim pareciamos dois namoradinhos. Foi realmente uma noite maravilhosa.Tivemos uns momentos mais quentes com direito a ficar abraçado no anoitecer no lago do Ibirapuera.

Quando a noite caiu por completo começamos a conversar e foi onde adentramos muita coisa pessoal que até então havia ficado de fora do papo. Foi quando ele me revelou que tinha alguns problemas e que era soropositivo. Nisso contou sua historia de vida, sua fé..e várias convicções suas. Foi uma troca de experiencias muito grande e onde ele me foi muito sincero se abrindo antes de tudo.

Era a primeira vez que me deparava com essa situação, mas eu encarei na boa. Infelizmente ele não me retornou as ligações e acabou desaparecendomas eu aprendi que quando o amor existe a gente deve dar importancia aquilo que deve ser relevante.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Experiencias Amorosas: O Desconhecido

As experiencias que vamos vivendo definem quem nos tornamos.
Fui conhecendo este ano a espinha das flores. Aquela parte que doi e sangra. Que nos entristece e nos cansa.
Fui tomado pelo cansaço, pelas dores....


Não foi um bom ano no lado sentimental. De tanto as coisas darem errado a gente desanima, fica a ver navios. Chora, agoniza e começa a se perguntar o porque das coisas não darem certo. O porquê de ninguém que conhecemos querer o mesmo que a gente.

No meu caso em particular eu sofria ainda mais porque eu sentia uma necessidade muito grande de estar em um relacionamento.
Sentia que não podia ficar sozinho e justamente por este impulso eu não escolhia as pessoas, simplesmente aceitava quem aparecia no meu caminho como se o mundo fosse acabar no outro dia.

Este impulso somente foi bom porque por conta disso apareceram os casos em que eu superei tabus meus:


O desconhecido


Durante meses teclei com um cara que nunca tinha visto na vida. Sim, minha gente. Eu o conheci num chat, e trocamos e-mails. Bastou uma semana pra cada um achar que era a cara-metade do outro. Rolaram e-mails apaixonados com poemas, musicas.

Tudo parecia uma novela tamanha a ansiedade dos dois. Habvia assunto pra tudo, gostos musicais, profissionais, atualidades. enfim, nada escapava dos dois.Durante um mês, não havia sequer ligações. Um não sabia nem como a voz do outro era, mas se amavam assim mesmo.

Se falavam o dia inteiro, mal trabalharam. O e-mail pessoal de cada um ficava aberto o dia inteiro, bastava sair para ir ao banheiro para o outro ser tomado pela ansiedade.


Passaram semanas até que rolasse a primeira ligação. Onde em seguida, por e-mail, foi combinado o local para nos conhecermos.O dia parecia que não aconteceria. As horas custavam a passar, até que o momento chegou.


Quando nos cruzamos pelo shopping um "sentiu" a presença do outro. Foi unico e estranho, mas nem tudo são flores. Os dois - cada um com seu motivo - se decepcionaram com alguma coisa do outro. Eu mesmo particularmente, levei o maior choque mesmo quanto a questão da feminilidade dele. Foram dias até que eu aceitasse a questão, mas eu encarei isso e fiquei feliz por não segregar alguém apenas pelo fato de possuir um comportamento assim ou assado.Acabamos não dando certo porque não havia a mesma sintonia ao vivo que virtualmente e esa foi uma das lições mais caras que aprendi.


Nem sempre as palavras são suficientes. O olho no olho é mesmo insubstituivel.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Presente


Na noite de natal olhei bem para o Céu
as estrelas folhavam a imensidão negra com sua luz
a luz que me iluminava as idéias.
Meu coração pulava em alto no peito
foi quando num suspiro pedi
que me presenteasse
com o que meu coração tanto queria
ou que então afastasse esse desejo para que eu pudesse viver em paz.
A partir daí, acabei me rendendo ao pessimismo e fui passando esses dias como que já vivenciasse o não atendimento deste pedido.
Mas numa noite dessas, semelhante àquela as estrelas me mandaram um presente.


Yeah, Yeah, God Is Great
Yeah, Yeah, God Is Good
Yeah Yeah Yeah Yeah Yeah....

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Morrer agora..


Me perdi, me encontrei
nessas estradas do destino achei e perdi meu principe varias vezes
meu coração saltou grande dentro do peito que mal nele cabia
outras ele desaparecia, como se eu tivesse ficado oco.
Meu sexo era algo transcendental, que extrapolava todos os limites
eu penetrava dentro de mim mesmo e dentro de ti eramos um só
em corpo e alma.
Me empobreci e isso para mim se deteriorou, perdeu sua nobreza
seu sabor.
Perdi meus sentidos, perdi meus sonhos.
Nas noites sem sono olhava para o céu, olhava atentamente as estrelas
tentando recuperar dentro de mim quem eu sempre fui.
Não existem mais os poemas, não existem mais os amores
a minha vida desapareceu junto com as poesias escritas em bancos de ônibus
ou nas noites iluminadas pelo computador sem sono.
Esqueci todos, esqueci tudo
não há ninguém nas minhas memórias
não há ninguém nos meus bilhetes, nas minhas poesias
uma alma selada. Sozinha.
Perdeu se os dias em que eu tinha a certeza de que te encontraria e resolvi me perder
na vida, nas futilidades e esquecer disso tudo...
Por isso mesmo eu queria morrer
morrer este de agora, desaparecer
e ressurgir novo, com esperanças e com a minha luz
aquela mesma luz que me fazia sorrir mesmo nos dias nublados
quando eu era inocente e dançava na chuva
aquele menino que nunca perdeu as esperanças.
Nunca.



quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Regras para o amor

A noite é funda e a lua encoberta pelas nuvens, ali bem no meio da grande metrópole me sentei sobre uma guia numa movimentada rua e comecei a olhar para o céu.
Pessoas me observavam.
Comecei a admirá-lo a ali buscar respostas para minhas perguntas.
Parecia que ainda estava sob o efeito das palavras que me cortaram o coração - diga-se de passagem mais uma vez.
Estavamos indo bem, apenas não esperava que ele tivesse o mesmo desfexo do caso anterior.
Poucas palavras. Objeção. Surpresa.



Invece no, non c'e più tempo per spiegare
per chiedere, se, ci avrevo datto amore
io sono qui e avrei da dire....ancora
(Talvez não, há mais tempo para explicar
e perguntar se te dei amor suficiente
estou aqui e vou dizer... ainda)




Ali olhei bem fundo nos seus olhos e apesar da tristeza que sentia percebi. Não era você. Definitivamente.
Portanto continuamos a conversar, agora como dois amigos, disfarçando a tristeza e prometendo não sumir.
Escutei alguns conselhos. Alguns de um ouvido ao outro.
Despedimos e a distância foi encurtada ao inverso das vezes passadas que atravessávamos a Rebouças bem além só para estar mais tempo juntos.



Io non so ripeterle, io non riesco a dirmi più
Invece no, qui piove noi ricordi, anche vorrei di più
la smetere se tardi....
(Não posso repeti-las - as palavras - e não as direi mais
Talvez não, e chovem nossas recordações, ainda quero
mesmo sendo tarde...)


Mas quem disse que o amor é pra ser triste?
Não, eu não acredito no amor de sofrimento que as pessoas pregam por aí.
Ele também possui sofrimento mas ele é principalmente alegria, felicidade.
Mãos suadas. Coração acelerado. Sorrisos abertos. Olhar brilhante.
Isso não tinhamos e se era assim não era amor. Se não o era, então nada era...



Por isso apesar do andar desnorteado pelas ruas da parte ocidental da cidade grande, me alivio por ter no coração ainda aquilo que tanto tentaram me tirar. A esperança.
Meu coração descansa agora, porque já lutou de mais, mas não perdeu a guerra.
Precisa apenas de tempo e munição pois enfrentou muitas batalhas em vão nos últimos tempos.



Oggi è tardi. Oggi invece no.
(Hoje é tarde. Mas talvez não)



sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

TEMPERALIDADE


Hoje eu vou externar aquilo que muitos de vocês também sentem frente a um comportamento corriqueiro, especialmente no mundo gay:


A temperalidade.


Vou exemplificar com um acontecimento que ocorreu comigo - que compartilhei em parte com vocês - e com um amigo meu.
Conheci um cara há mais de um mês, amigo de um amigo meu. Estavamos saindo, nos conhecendo..rolavam mensagens apaixonadas...
" Escutei Laura Pausini, lembrei de você..estou com saudades..."
"Meu dia tava tão ruim, mas agora com sua ligação, tudo tem mais sentido agora...beijo!"



Ou seja, havia sentimento mutuo, e tudo estava indo "teoricamente" bem até o "dia da viagem" - um dia antes do encontro de blogayros - dali em diante as comunicações foram com mensagens e ligações a contra gosto.


Agora antes de qualquer reflexão, segue o exemplo do meu amigo:



Ele conheceu um certo rapaz há exatos 15 dias. Cabelos negros. Pele levemente bronzeada. Sarado. Enfim, aquele estereótipo que os gays adoram.
Durante uma semana e meia rolaram encontros, saídas, teatro e nesse tempo ocorreram mensagens no celular, ligações em várias horas do dia e brincadeiras declaratórias - por parte dele.
Numa feira:
- Poxa, não vai dar desconto não? É presente do namorado ó!

Apresentando e comentando com amigos:
- Então você acha, o ex ficar ligando no celular do meu namorado?

Uma amiga dele:
- Fulando, ele me deu um presente de aniversário onde estava no bilhete: - "Com muito carinho de X e Y"


Agora, depois disso tudo o cara virou - sem que houvesse nenhum motivo aparente ou conjuntura que levasse a isso - e mandou uma mensagem a ele do nada dizendo:
" Preciso conversar contigo depois, não quero mais ficar com ninguém...."
Como assim minha gente?


Foi ele que adicionou o meu amigo no orkut, foi ele quem chamou pra sair, ele que iniciou tudo e faz isso...


Eu me preocupo tanto em não magoar as pessoas e elas simplesmente tratam o sentimento dos outros como lixo? Lógico que as pessoas tem o direito de não querer mais, mas elas estão cagando para o sentimento do outro.


Custava o meu ex ter enviado uma mensagem chamando pra conversar e dar o ponto final?
Custava o cara que meu amigo conheceu explicar a situação e dizer o não definitivo?
Sabe porque pergunto isso? Porque nos 2 casos nenhum dos caras disse com todas as letras:

- Não curto mais de você e não faz mais sentido estarmos juntos.


Ou seja, deixaram "no ar" uma certa aura de esperança, para num futuro próximo quem sabe voltar. Ambos não foram enfáticos em nada que disseram. É como se voce tirasse o marinado da geladeira e voltasse ao freezer, pra comer uma outra hora mais tarde.
Por favor né gente?

Por isso que eu sou a favor do "não". Em muitas vezes ele é bem melhor que o "sim".
Fica todo mundo ciente do que está passando e vai refazer seu caminho numa outra oportunidade.