quarta-feira, 16 de junho de 2010
Deliver Me
Não quero mais os estereótipos
as tipificações, as falas recalcadas.
O cargo nobre que promove a soberba.
A busca incessante dos corpos e nada mais.
A mesma que entramos pra se distanciar deles
e para eles retornamos.
As idéias falsas, as pessoas avarentas.
Nomes a mais na agenda, pessoas a menos pra se contar.
O olhar recriminante de quem é recriminado e não se enxerga.
Me afastem dos imbecis, dos soberbos,
dos falaciosos, dos mentirosos,
dos que se preocupam com a imagem
da dor, do medo.
Dos que falam pra se aparecer. Egocêntricos.
Das cabeças-ocas que se acham pensadoras. Ignorantes.
Das roupas caras, do status fútil, do carão desnecessário,
da descrição do engenheiro, sucedido, assado.
Do sentimento na carteira.
Da amizade por interesse.
Não acredito mais e não o sinto mais, esse amor que eu conhecia.
Conhecia.
O amor dos homens tem sido tão concreto quanto pegar a nota de uma canção.
Eu esqueço as pessoas e elas me esquecem
e cada vez mais entro em conflito
com tudo que fui, com tudo que quero ser.
As rosas vermelhas se tornam cada vez mais amarelas.
E menos rosas.
Um penhasco que se aponta, dentro do meu coração
que quer me engolir, me dragar.
Uma paz que só vejo no céu
nas doces nuvens bailando num céu azul
perguntando o porque de tudo ser tão impossível
onde por uma hora o coração pára.
Pára.
Para...
Para não se cobrar mais e saber
que apesar de tudo
de todos esquecerem
Alguém não esquece jamais.
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