segunda-feira, 25 de maio de 2009

Medos e Preconceitos

Medos, quantos deles nós temos.


Observando as conversas e as condutas de amigos meus, vejo que os discursos são os mesmos, com relação e relacionamentos e tal.


Nos nossos dias, surgem uma série de desencontros, alguém que quer algo a mais encontra alguém que só quer curtição e vice-versa.


Nisso, vejo que muitos se usam do argumento que "ninguém-mais-quer-nada-a-sério" e se prestam a um entreguismo e ficam a ressoar esse mantra eterno que as vezes nos enche o saco nos ouvidos.

Afinal....

A culpa nunca é minha, é sempre do outro.

Porque eu sou santo e não me importa o que eu tenha feito no passado, o que importa é que ele seja um "puro" e nem saiba o que é uma sauna gay, porque eu já fui - mas foi sempre só uma vez e somente para conhecer não é minha gente? - mas ele não pode sequer ter conhecido.

Porque eu sou um balconista de loja, mas ele tem que ser no mínimo analista de sistemas.

Porque eu sou empresário e ele não pode ser qualquer um. Afinal o que meus amigos vão dizer se eu moro em Indianópolis e ele mora em Carapicuíba não é mesmo?

Porque eu terminei com ele, quando descobri que ele tinha modos estranhos e manias, pois eu tenho as minhas, mas e daí, o que importa é que eu não posso tolerar essas coisas não é?

Porque eu tenho medo de sofrer e por isso não me envolvo com ninguém.

Porque eu tenho carência, quero colo, mas quando alguém me dá, e fica muito no pé, já acho absurdo e que é muito pegajoso, por isso nem dou chance.


Enquanto os problemas ficarem sempre na esfera dos outros e nunca nos nossos realmente, será muito dificil que "aconteçam" grandes conquistas nas nossas vidas.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Só queria....(Broken)

Eu ainda tinha... (esperança)

Eu queria mudar tudo, o mundo se possível.
Hoje só quero poder mudar a vida de alguém.


Só quero alguém pra abraçar domingo de tardinha enquanto assistimos "P.S. Eu te Amo".

Alguém que possa reconhecer as mensagens de celular ao acordar e ao dormir que eu sempre envio.

Que reconheça as charadinhas que podem parecer idiotas para alguns, como as que eu fazia quando chamava ele de "gatão" e cada dia jogava uma curiosidade sobre os bichanos e fazia uma semelhança com caracteristicas dele.

Que me ligue pelo menos pra dizer que não vai poder me ver mas que está com saudades.

Que eu possa conversar nas minhas horas de solidão de noite ao menos alguns minutos. Nem que seja pra dizer que estava apenas com saudade da sua voz, e que só queria desejar um boa noite.

Que possa compreender que eu não quero lugares especiais, mas momentos especiais ondenão importa os lugares mais luxuosos, mas que os momentos de carinho mais simples é que são aqueles que ficam guardados na sala da memória.

Que me faça sentir a sua falta quando estiver longe e que me devolva aquela alegria de criança-mimada-feliz no coração quando eu o ver , onde ele pula feliz dentro do peito.

Que me devolva a vontade de sentar enquanto volto da faculdade no metrô e começar a escrever poemas, ou apenas aqueles curtinhos de celular, que com poucas palavras dizem aquilo tudo que voce quer ouvir e falar.

Ou que ao invés de me provocar tudo isso, apenas me ame. Mais nada.

Enquanto não aparece esse amor arrebatador, o que me acalenta é que estou feliz comigo, tenho amigos que são uma grande alavanca na minha vida e tenho consciência que se dei o basta é porque era necessário e porque sempre eu tive que considerar os problemas dos outros e estar ao seu lado, mas quando o problema era comigo eu não tenho tido a mesma resposta.


IT'S OVER.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

O Menino - Parte 5 (The End)

Com o passar do tempo fui percebendo que apesar dele ser muito carinhoso e demonstrar que realmente gostava de mim de um modo ímpar, ele não mudaria sua posição de manter aquele distanciamento de modo que não pudesse viabilizar um relacionamento.

Sempre ao vê-lo via seu brilho nos olhos ao me reencontrar, e seu carinho era nítido. Porém o nosso coração também precisa de carinho, de atenção e de presença. Então com os dias, comecei a sentir um peso muito grande por apenas ter a minha partida de sentimentos e não receber algo em troca.

Neste tempo estávamos já no terceiro mês. Nesses ultimos tempos, ele permanecia com suas infundáveis viagens para SJC e eu - que já tinha me resignado de que não adiantaria mais falar nada porque não teria solução - ficava apenas a me contentar com suas ligações ao telefone.

Por mais que a gente possua imaturidade ou cabeça dura - porque até hoje eu ainda não sei exatamente qual desses sentimentos ou qual além deles eu possuia - uma hora a gente senta, bota a mão na conciência e começa a se perguntar o porque de toda a situação, como fomos parar nela e o que podemos fazer para resolvê-la.

Parei um dia e precebi que apesar de amá-lo muito, ele não era fiel - pela razão óbvia de não querer compromissos e já ter explicitado - e assim ficava aquela situação de querer vê-lo mas sempre haver esse empecilho. Então, conclui que apesar de amá-lo e querer muito sua presença, eu devia considerar que a situação não iria mudar e que apesar dele ser especial, esta não era a situação que eu queria para a minha vida, portanto tomei a decisão de sair de cena.

Foi duro, sentia por diversas vezes a necessidade de ligar, escutar sua voz, vê-lo. Mas eu concluí que nesses meses já havia estado com ele, o escutado e estado do seu lado quando precisou - obviamente porque eu quis - e se ele sentisse necessidade de desenvolver algum laço maior, realmente o período já tria sido o suficiente para isso.

Como dizem no popular: "Agora esse assunto já está em Outras mãos."

segunda-feira, 11 de maio de 2009

O Menino - Parte 4

Após aquele dia, viajei, fui para São José do Rio Preto, passar o início das minhas férias.

Na realidade eu não contava muito com um retorno. Até porque a forma que nos conhecemos é um tanto incomum e num certo aspecto isso me inclinava a pensar negativamente no assunto, mesmo o coração pulando querendo saber onde ele estava e se ele ele pensava de alguma forma em mim.

Passaram vários dias e nada de contato. Tentei mandar um sms, mas percebi que haviam retornado. Assim, imaginei que ele fosse "mais um".

Numa manhã, acordei e ao olhar no celular, havia uma mensagem sua - percebi então que havia anotado o DDD errado - e em seguida houve uma ligação.

Então começamos a nos conhecer, saimos e os dias que se seguiram quando retornei a capital foram de muitos programas gostosos e grandes momentos.
Me lembro ainda de quando estávamos num shopping de mãos dadas por cima da mesa. Ele me olhou num momento e disse:
"Olha, não sei direito o que dizer, mas queria que não importasse o que sejamos daqui a um ano ou mais tempo,gostaria que você não desaparecesse, que mesmo que estejamos em situações opostas, que você não desapareça, promete?"

Naquele momento eu comecei a pensar o porquê dele dizer aquilo, mas eu comecei a raciocinar que ele acreditava que eu poderia me afastar de vez pelo jeito dele. Por suas ausências, por sua relapsidade. Manifestações que por vezes me deixava, tenso e me afastava da confiança dele.

Nós tinhamos momentos a dois muito gostosos, mas sabe quando você sabe que aquilo podia ser mais? Que você podia muito mais?

Pelo fato de amá-lo muito, eu fui me fechando ao que meus amigos diziam, e me negava a ver as coisas que estavam evidentes.

Assim, fui seguindo, e observando suas atitudes e seu comportamento e passei a tirar minhas próprias conclusões...

Continua....

segunda-feira, 4 de maio de 2009

O Menino - Parte 3 (O Menino)


PRINCÍPIO

Em São Paulo existia o antigo Bocage, um trecho de uma alameda nos Jardins. que era frequentada pelos gays, que tomavam a ruae faziam dali uma grande festa. Foi no Bocage que eu floresci minha vida gay. Afinal foi ali que graças trazido por Ram, eu adentraria um mundo novo e me conheceriamais a fundo.

Minha primeira relação foi com 18 anos e dali para tras, eu mal pensava em relações estáveis com outro homem e nem muito mesmo em sexo, minha vida, a de um jovem católico fervoroso que relutava em aceitar sua condição gay, era reduzida a faculdade e poucos amigos. Na verdade, amigos mesmo apenas um Ric, que foi quem acompanhou meu processo de aceitação.

Após minha primeira relação, passei um periodo conflituoso que só se desfaz aos 19 quando conheci Pará, meu primeiro namorado. Eu ainda não me aceitara e Pará era mais um caso que propriamente um namorado. Nos viamos todo final de semana por 10 meses. Ele sempre carinhoso, me presenteava e me bajulava. Tinha 30 anos. 30 anos e um corpo divino.
Eu dos meus 19, sem muita consciencia, não acreditava em relacionamentos gays e por isso tinha com ele uma relação mais carnal que qualquer coisa. Eramos amantes do sexo, transavamos por horas a fio sem descansar durante um final de semana inteiro. Como um bom capricorniano, amante do sexo. Eu amava. Mas os finais de semana, por muitos, reduzidos a noites de sexo tantrico no corredor do prédio com risco de ser pego e as transas mirabolantes sucessivas não eram suficientes e no 11° mes eu terminei.

Mas não sentia nada. Nem quando fui a boate onde nos conhecemos na mesma semana e o vi com outro.
O SAM de hoje ainda não existia.

Esse SAM nasceu em Março de 2007, aos meus 21 anos ao conhecer Japa.
Continua...